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REDEX - E-mail de José Carlos Costa (São João del Rey MG) SOBRE O TEXTO DO SEBASTIÃO MOREIRA: “MINHAS MEMÓRIAS DE CARPINA"
Pena,
Não encontrando no boletim redex dessa semana os breves comentários que fiz ao belíssimo texto do Sebastião, estou os reenviando. Aliás, percebo que textos memorialistas não são apenas da minha preferência; quando bem escritos e fiéis a nossa história agradam a muito mais leitores. Não tendo o e-mail do autor, quis fazer-lhe chegar através das páginas do redes minha admiração pela sua fantástica memória - memorialista sem memória não tem como - e seu perfeito domínio da língua portuguesa.
Desculpe a insistência.
Há muito, e bota muito nisso, não lia páginas tão envolventes, absorventes e tão bem escritas quanto essas contando as memórias do menino de Cajazeiras em seus primeiros anos de aspirantado, centradas na pessoa do Pe. José Rolim Rodrigues, a um tempo verdugo e exemplo de vida salesiana. Nelas há de tudo: poesia, humor, crítica e, se não me engano, imorredoura saudade dos dias de aspirantado e franca admiração pelo seu conterrâneo.
Há muito acalentava a expectativa de ler texto tão sério e lúdico, escrito com leveza e uma ponta de nostalgia.
À medida que ia lendo, anotava expressões que pelo colorido ou pelo inesperado me surpreenderam, tipo “barba sovinando pelo”. “Eu era um menino bom, em concordância com a bondade das coisas, e um contentamento celestial soprava sobre meus ombros.”
Há nesse “raconto”, uma descrição de Jaboatão que é prosa apenas na forma, em tudo mais respira poesia:
“Jaboatão confirmou a fama de ambiente largo, generoso, cheio de sol, de que eu fora informado desde o Oratório do Padre Manuel. A faixa do horizonte alongando a onda verde dos canaviais, a basílica erigida sobre a pedra, a sacada do adro quase à altura das palmeiras imperiais, a gruta, a escadaria e a ladeira cercada de pitangueiras descendo para o Noviciado (palavra pronunciada com recolhida reverência) à esquerda, o apiário à direita, à frente o galpão de um dormitório desativado, mais adiante o teatro abrindo para o campo de futebol, e, por trás do dormitório, a piscina de águas correntes: tudo transmitia a ideia de liberdade a céu aberto, de alegria franca, que eu tomava como a melhor expressão do espírito salesiano.”
O título dá a entender que teremos continuação. Estou aguardando. Ah, meus parabéns e muito obrigado ao Sebastião pelos momentos de boa leitura, reavivando minhas lembranças de aspirantado, em São João del Rey, também nos anos de 1957/59.
Não encontrando no boletim redex dessa semana os breves comentários que fiz ao belíssimo texto do Sebastião, estou os reenviando. Aliás, percebo que textos memorialistas não são apenas da minha preferência; quando bem escritos e fiéis a nossa história agradam a muito mais leitores. Não tendo o e-mail do autor, quis fazer-lhe chegar através das páginas do redes minha admiração pela sua fantástica memória - memorialista sem memória não tem como - e seu perfeito domínio da língua portuguesa.
Desculpe a insistência.
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Há muito, e bota muito nisso, não lia páginas tão envolventes, absorventes e tão bem escritas quanto essas contando as memórias do menino de Cajazeiras em seus primeiros anos de aspirantado, centradas na pessoa do Pe. José Rolim Rodrigues, a um tempo verdugo e exemplo de vida salesiana. Nelas há de tudo: poesia, humor, crítica e, se não me engano, imorredoura saudade dos dias de aspirantado e franca admiração pelo seu conterrâneo.
Há muito acalentava a expectativa de ler texto tão sério e lúdico, escrito com leveza e uma ponta de nostalgia.
À medida que ia lendo, anotava expressões que pelo colorido ou pelo inesperado me surpreenderam, tipo “barba sovinando pelo”. “Eu era um menino bom, em concordância com a bondade das coisas, e um contentamento celestial soprava sobre meus ombros.”
Há nesse “raconto”, uma descrição de Jaboatão que é prosa apenas na forma, em tudo mais respira poesia:
“Jaboatão confirmou a fama de ambiente largo, generoso, cheio de sol, de que eu fora informado desde o Oratório do Padre Manuel. A faixa do horizonte alongando a onda verde dos canaviais, a basílica erigida sobre a pedra, a sacada do adro quase à altura das palmeiras imperiais, a gruta, a escadaria e a ladeira cercada de pitangueiras descendo para o Noviciado (palavra pronunciada com recolhida reverência) à esquerda, o apiário à direita, à frente o galpão de um dormitório desativado, mais adiante o teatro abrindo para o campo de futebol, e, por trás do dormitório, a piscina de águas correntes: tudo transmitia a ideia de liberdade a céu aberto, de alegria franca, que eu tomava como a melhor expressão do espírito salesiano.”
O título dá a entender que teremos continuação. Estou aguardando. Ah, meus parabéns e muito obrigado ao Sebastião pelos momentos de boa leitura, reavivando minhas lembranças de aspirantado, em São João del Rey, também nos anos de 1957/59.
De José Carlos Costa de São João del Rey (MG)
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