Cajazeiras, antes do praga do bicudo, teve várias algodoeiras, como se chamava então as usinas de beneficiamento de algodão. Destaca-se a tradicional Galdino Pires e a multinacional SANBRA.
No rol das grandes havia também a Usina de Quintino Lavor, grande e empreendedor empresário. Como diz máxima, Pai Rico, Filhos Pobres.
Lembro-me apenas de Itamar Lavor, bem mais velho que eu, e o Buru (acho que era assim que nós o chamávamos) mais ou menos da minha idade. O Buru era boa-praça, amigo e não se jactava do pai rico. Era meu amigo de Colégio Diocesano, benquisto e muito simpático.
Mas vamos nos deter na figura pitoresca do Itamar Lavor. Conta papai que, como filho de pai rico, ele esbanjava. Itamar tinha vários carros na garagem e todo dia de manhã tinha uma grande dor de cabeça, agora imagine qual? Risível, mas era o que se falava na época: escolher qual carro ia sair! Para quais compromissos? Não, nada empresarial, para ir tomar cachaça (força de expressão, claro que ele ingeria bebidas mais nobres).
Dr. Júlio Bandeira tirou o quinto lugar com 234 votos, mas não eleito por causa da legenda. |
Itamar também se decidiu enveredar pelos caminhos da política. Foi candidato a vice-prefeito na chapa do candidato a prefeito Acácio Braga Rolim. Este fez bonito, perdeu para papai por apenas 218 votos numa disputa renhida, em que Raimundo Ferreira, considerado favorito, amargou um terceiro lugar (candidatos: Francisco Matias Rolim, Acácio Braga Rolim e Raimundo Ferreira, com respectivamente 2413, 2195 e 2120 votos). Já Itamar Lavor amargou um quarto lugar, bem abaixo do seu candidato a prefeito com apenas 1035 votos.
Júlio Marques foi eleito em último lugar com 206 votos |
Outra passagem que papai me relatou e que até o chateou. Na eleição anterior, em 1959, ele se encontra com Itamar na Praça João Pessoa numa roda de amigos. Itamar fazia prognósticos da eleição que avizinhava. Ele fez declinou a relação dos eleitos, e, obviamente, como era candidato, se colocou entre os tais. E papai não fazia parte das relação dos eleitos e ele justificou: “Chico você vai ter uma boa votação, mas infelizmente não consegue”. Papai retrucou que seria não só eleito, mas teria a maior votação. Errou parcialmente, ficou em segundo lugar (310 votos) cedendo o primeiro lugar para o Dr. Vicente Leite Rolim com 337 sufrágios. E Itamar passou por uma suprema humilhação, não apenas não foi eleito com recebeu apenas três votos. Tá no site do Tribunal Eleitoral da Paraíba: Antônio Itamar Fernandes de Lavor (PTB).
Para encerrar a saga dos Lavor em Cajazeiras, não poderia jamais de registrar um favor que o velho Quintino Lavor prestou à papai. Um grande favor. De Cajazeiras eles se mudaram para Recife e por força do destino, papai foi ao Recife doente, não me lembro de que, mas era um mal contagioso, e, evidentemente, os hospitais não queriam recebê-lo, Seu Quintino tomou à frente e com o seu empenho foi arranjada uma colocação para papai. Além disso, o tempo que papai passou na capital pernambucana, no período de convalescença, recebeu uma prestativa atenção do velho amigo de Cajazeiras.
Sou neta de Quintino Lavor e sobrinha de Itamar, sou filha de Zelia Lavor.
ResponderExcluirFabiola
fabiola sou irma da sua vo moro em cuiaba,meu nome e fabia escolhido por sua vo tenho 46 anos sou a filha caçula do seu bisavõ joaquim fernandes dos santos.
Excluira atitude de solidarieda de meu avô para com seu pai foi agradecida por você em forma de palavras ferinas e caluniosas contra meu pai.
ResponderExcluirimagino que você deva ser um ser um indivíduo de índole muito boa!. caráter então nem se fala. graças a deus e ao nosso trabalho ainda podemos escolher quais carros devemos sair. e dependendo da situação pode ser regado com um bom scoth ou uma cachaça sim, de boa qualidade.cuidado com sua lingua!
procure obter mais informações sobre oque escreve
em breve entraremos em contato com a vossa pessoa
MARCIO MOTA LAVOR