segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

REDEX - BOLETIM 582 - Anexo 5 de Odilon Pereira SOBRE O TEXTO DO SEBASTIÃO MOREIRA: “MINHAS MEMÓRIAS DE CARPINA

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REDEX - BOLETIM 582 - Anexo 5
De Rosalvo Pinto
SOBRE O TEXTO DO SEBASTIÃO MOREIRA:
“MINHAS MEMÓRIAS DE CARPINA
Meu querido (epa! vocábulo no mínimo suspeito entre os de Sales) amigo,
Levei um susto danado de gostoso ao dar de cara, hoje, com seu e-mail.
Se me lembro de você? Esquecer quem houvera de? 
Naturalmente não me lembro de todos os nomes (com sobrenomes) do pessoal de sua turma, como lembro do da minha (primeira sérier ginasial, 1951), em ordem alfabética rigorosa.
Fico-lhe agradecido pela lembrança e honrado com a incumbência, apesar de consciente da pouca (ou nenhuma) valia de minha apreciação sobre obra de sua lavra.
Acho que em nossa última conversa telefônica (quase três horas!), mas com certeza em longos papos com o Geová, deixei claros minha admiração, minha satisfação e até mesmo meu orgulho (como se fosse coisa minha própria) pelo que você é; pelo que escreve; pela forma (arte literária) como escreve; pelos sentimentos que cultiva em relação a sua (nossa) infância salesiana; pela capacidade de se emocionar e de emocionar seus leitores; pelo zelo e carinho visíveis no trato com nosso belo, rico e amável idioma.
Olhe, ainda não passei da quinta página (afazeres domésticos me roubaram o prazer da leitura de uma tirada só), mas, obviamente, estou me deliciando com o que vejo (leio), à medida em que avanço. Não preciso chegar ao fim para saber o que dizer a respeito. 
Eu já parto do princípio de que se é o Sebastião quem está escrevendo (ou falando), o sucesso do lazer está garantido. É deleite puro. Digo mais: se precisasse explicar a alguém por que o Sebastião Soares ocupa uma cadeira na Academia Maranhense de Letras, cingir-me-ia (sempre achei esssa construção verbal um tanto pernóstica, mas tem sua utilidade, inclusive a de irritar eventuais inimigos, nossos e da gramática) a convidá-lo a ler essas suas deliciosas "memórias dos outros", começando pelo nosso inclassificável Padre Rolim (Padre José Rolim Rodrigues). Não apenas a correção do vernáculo (produto tão em falta no mercado das letras, nos dias que correm), mas a beleza do estilo, que não fica a dever a nenhum de nossos grandes memorialistas, prende-nos a respiração até o fim da última linha, e nos deixa na boca um gostinho de quero mais.
Você está "intimado" a produzir mais perfis desse tipo e nesse gênero. O talento é inquestionável, e não faltam personagens à espera de quem lhes conte a história, nem leitores ávidos por páginas tão bonitas quanto as que você nos acostumou a saborear. Problema seu, meu amigo!
Precisamos demais conversar pessoalmente. Sobretudo a respeito do Padre Rolim. Mormente agora, que sei de seu parentesco com o homem, a quem admiro e reverencio, menos pelo dom ortório do que por uma pletora de virtudes bem prosaicamente humanas (pouco apreciadas por nossos superiores de então) que um ano de convívio (em Carpina) me ensejou descobrir em nosso personagem destaque.
Acho que não vou precisar dizer mais nada quando atingir o final das 19 páginbas. Explicar tintim-por-tintim os motivos de minha admiração por você e pelo que (e como) escreve é tarefa para críticos literários, o que não sou.
Mas posso lhe garantir que os elogios acima, e os ainda por formular, não são gratuitos, levianos, inconsequentes ou inteiramente baldos de fundamento, com a mera finalidade de agradar a um amigo. Você sabe que eu não faria isso nunca. E diria o mesmo se se tratasse de um inimigo que escrevesse como você escreve.
Falo com absoluta sinceridade. Quando não vejo motivo para encômios e sim para emprego impiedoso da palmatória, às vezes concedo o obséquio do silêncio, que pode ser uma forma muito eloquente de condenação.
Falei demais. O resto fica para o final da leitura. 
Abraços, com muita saudade, torcendo por uma "butecada" mineira, aqui ou aí.
De Odilon Pereira - Brasília DF




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