quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A CATEDRAL E SUAS BODAS DE OURO

Por José Antonio de Albuquerque
Tudo começou nos idos de 1836 com a construção de uma pequena casa de oração consagrada a Nossa Senhora da Piedade, por iniciativa de Ana Francisca de Albuquerque, Mãe Aninha, que junta com outras mulheres bateram o barro para fabricar os tijolos para utilizar na sua construção. 
Em 1859, no dia 29 de agosto, pela Lei Provincial nº 5, foi criada a Paróquia de Nossa Senhora da Piedade e a capela foi elevada à categoria de Matriz, tendo como primeiro vigário o Padre José Tomaz de Albuquerque, que foi também o primeiro prefeito da cidade de Cajazeiras, que por questões familiares e políticas migrou para o estado do Ceará, onde fundou a cidade de Tianguá. 
Dom Moisés Coelho
Em 1914, no dia 6 de fevereiro, São Pio X cria a diocese de Cajazeiras e neste mesmo ano, no dia 6 de novembro, o Papa Bento XV, nomeia o 1º bispo de Cajazeiras, Dom Moisés Coelho, que toma posse no dia 29 de junho de 1915, na Matriz Catedral, a antiga capela de Mãe Aninha, que já havia passado por uma grande reforma no ano de 1888 e outra em 1915, quando foi instalada a diocese. 
Em 1937, no dia 31 de janeiro, dia dedicado a São João Bosco, é lançada a pedra fundamental para construção da nova catedral de Cajazeiras, que está completando 70 anos de existência. 
Com uma procissão iniciada em frente do atual Colégio Nossa Senhora de Lourdes, o bispo Dom João da Mata e os padres Gervásio Coelho, Vicente Freitas e Acácio Rolim, juntamente com os fiéis católicos desta terra, chegaram até o terreno pela Rua Padre Rolim, onde foi celebrada uma missa, com a presença de várias autoridades do município, incluindo-se o prefeito Joaquim Matos de Sá.
Depois desta primeira procissão, muitas outras foram realizadas de diversos pontos da cidade, onde existiam pedreiras, para que os fiéis, em sinal de colaboração à construção da catedral, conduzissem pedras na cabeça para edificar a catedral. 
Ao leste da futura catedral já estava sendo erguido o palácio episcopal, obra iniciada no governo de Dom Moisés Coelho e ao oeste, o famoso casarão do Coronel Peba, considerado o cidadão de mais posses em nosso município. 
Dom João da Mata
Dom João da Mata foi transferido de Cajazeiras no ano de 1941, sem ver o seu sonho concretizado: o de concluir a construção da catedral. 
Em 1945, no dia 14 de janeiro, é nomeado o 4º bispo para a diocese de Cajazeiras, Dom Henrique Gelain, que tomou uma decisão: construir a torre da catedral, com 52 metros de altura, no pequeno espaço de 4 anos que passou a frente dos destinos da diocese de Cajazeiras. “Doe um tijolo e construa sua igreja”. Mas a campanha foi mais além, pois vieram os tijolos, as telhas, as pedras, a cal e muitos outros materiais e a torre foi edificada.
O substituto de Dom Gelain foi Dom Luiz do Amaral Mousinho, que foi substituído por Dom Zacarias Rolim de Moura, que assumiu os destinos da Diocese no dia 26 de julho de 1953, que tomou a decisão, mesmo sem estar concluída, fazer a nova catedral funcionar. 
O ano de 1950, no dia 13 de julho, foi realizada a primeira procissão de Nossa Senhora de Fátima, com a imagem trazida de Fátima, Portugal, pelo vigário Padre Américo Maia, daí veio a devoção a esta santa em nossa cidade, o que originou a criação de uma nova Paróquia, destinada à sua veneração, tendo como base a igreja matriz de Cajazeiras, construída por Mãe Aninha, nos idos de 1836, que foi a catedral de 1915 até 1957. 
Em 1957, no dia 20 de janeiro, um domingo, às 17:00 horas aconteceu a transladação solene da imagem de Nossa Senhora da Piedade para a nova catedral, não concluída, e posse no novo vigário, Padre Francisco Paulo Licarião.
A nova catedral, teve ainda como vigários: Monsenhor Vicente Freitas, que assumiu no dia 1º de março de 1959, que foi substituído por Dom Zacarias, em 31 de janeiro de 1960 e teve como cooperadores os padres José de Sousa Neto(1964) Antonio Luiz do Nascimento(1965). Em 1966, no dia 8 de maio, Mons. Vicente Freitas volta a assumir a paróquia. Foi neste período que o restante dos serviços da catedral foi impulsionado.
A catedral ainda sem o relógio
Em 1968, no dia 15 de julho, assume provisoriamente o comanda da catedral o Pe. Sólon Dantas de Freitas, sendo substituído, também provisoriamente pelo Pe. José Loureiro Lopes, de 15 de janeiro a 15 de julho de 1968.
Em 1969, assume, na condição de pároco, o Monsenhor Luiz Gualberto de Andrade, durante 7 anos e 19 dias, sendo substituído no dia 27 de junho de 1976 pelo Padre Gervásio Fernandes Queiroga, permanecendo 2 anos a frente da paróquia. Foi sob o comando de Padre Gervásio que a catedral foi consagrada no dia 14 de setembro de 1978, sendo sagrante Dom Zacarias Rolim de Moura e como consagrante Dom José Mauro Ramalho Alarcón e Santiago, bispo de Iguatu-Ceará e como cerimoniário o Pe. José Doth, que é o atual bispo de Iguatu. Padre Gervásio foi substituído pelo padre Antonio Luiz do Nascimento, no dia 6 de setembro de 1979, onde permaneceu até o dia 3 de março de 2004, quando tomou posse o Padre Agripino, atual vigário.
A igreja catedral de Cajazeiras é um dos símbolos mais importante da fé dos cajazeirenses e o principal cartão postal da cidade. 




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