"Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar!"
Gonçalves Dias
Foi ontem.
Mas hoje faz 43 anos que saí de Cajazeiras para São Luís do Maranhão! Tinha 15
anos quando tive, por desígnios do destino, deixar o meu torrão sagrado para
enveredar por caminhos nunca antes traçados, desconhecidos, deixando sonhos
juvenis para trás sem serem realizados.
“Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor”.
Diz o
poeta Fernando Pessoa. Passei além do Bojador levado pelo destino que não tinha
escolhido. Neste instante, eclode na minha memória, papai comentando
emocionado: “hoje em direção opostas sai
de Cajazeiras, dois ex-prefeitos!”. Um era ele, para o oeste, o outro
Antonio Rolim para o leste (João Pessoa).
"Inda hoje, o livro do passado abrindo, /
Lembro-as e punge-me a lembrança delas" (Olavo Bilac)
Que viagem
cumprida! Não havia o abundante asfalto de hoje. A poeira e o calor eram nossos
companheiros de viagens. Um caminhão e um carro de passeio. Três dias de
viagens. Papai, mamãe, Dazima, eu e minhas irmãs: Anacleide e Anacélia e seu
gatinho.
Teresina,
ponte, Rio Parnaíba, enfim o Maranhão. O único trecho no conforto do asfalto
até São Luís.
2 de
março de 1969.
“Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena”.
Fotos lembranças:
"Laços que se desfazem
Numa partida sempre inesperada
que bom seria se esta despedida
pudesse ser eternamente adiada".
Tahyane Rangel
Meu curriculum escolar no Colégio Padre Rolim, 1968.
Foto bem cara para mim: dando adeus a Cajazeiras, ao fundo a Estação Rodoviária (1969), note-se a urbanização por fazer.
Dando adeus às pedras do Cristo Rei.
Que dizer! Bem pungente a despedida de Cajazeiras. Nesta foto a tristeza viva da despedida!
1969: Chegando em São Luís
1970: minha primeira viagem fora do Nordeste.
1970: minha primeira internacional
1971, conclusão do curso colegial em São Luís, Colégio Universitário.
Com Anacleide colando grau: ela assistente social, eu economista (1975).
Recebendo em São Luís, Valiomar, o irmão que não tive, na foto com a artista Lolita ?, fico devendo o nome.
Último Moicano,
ResponderExcluirNada mais importante(quase uma epifania) do que nós nos olharmos a nós mesmos (sem redundâncias)através dos espelhos que surgem dessa inefável fronteira que separa o passado distante (que parece ter sido ontem) do presente factual.