Zé Sacristão, o comissário de menores
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Antigo Cine Éden |
No meu mundo infantil, Zé Sacristão era um verdugo. Explico. Do alto da minha inocência eu cria que era ele, na sua função de comis- sário de menores, que impedia que nós as- sistíssemos os filmes mais picantes. Não imaginava que havia uma lei, esta sim poderia ser o carrasco e não o que era obrigado a cumpri-la. Ficava frustrado quando no domingo o filme era impróprio para menores de 16 anos, ah, não! Lá estava o Zé Sacristão todo ereto na porta do Cine Éden, barrando a meninada sem a idade devida para a sessão. Eu invejava Dedé Morais, dos meus tios afins e o mais identificado com a meninada, que todo domingo saía à tarde para assistir os jogos de futebol no Estádio Higino Pires Ferreira, torcendo pelo Perpétuo e depois, à noitinha, esticava para o cinema, sem se importar se era impróprio para menores de 18 anos e ainda gozava: “o filme foi arretado”. Eu pensava: “ah, mais vou chegar lá e quero seu Zé Sacristão me barrar!”
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