sábado, 3 de setembro de 2011

Zé Sacristão, o comissário de menores

Antigo Cine Éden
No meu mundo infantil, Zé Sacristão era um verdugo. Explico. Do alto da minha inocência eu cria que era ele, na sua função de comis- sário de menores, que impedia que nós as- sistíssemos os filmes mais picantes. Não imaginava que havia uma lei, esta sim poderia ser o carrasco e não o que era obrigado a cumpri-la. Ficava frustrado quando no domingo o filme era impróprio para menores de 16 anos, ah, não! Lá estava o Zé Sacristão todo ereto na porta do Cine Éden, barrando a meninada sem a idade devida para a sessão. Eu invejava Dedé Morais, dos meus tios afins e o mais identificado com a meninada, que todo domingo saía à tarde para assistir os jogos de futebol no Estádio Higino Pires Ferreira, torcendo pelo Perpétuo e depois, à noitinha, esticava para o cinema, sem se importar se era impróprio para menores de 18 anos e ainda gozava: “o filme foi arretado”. Eu pensava: “ah, mais vou chegar lá e quero seu Zé Sacristão me barrar!”




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