quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O Brejo das Freiras nos meus tempos de infância

Freiras não me eram figuras simpáticas nos meus tempos de menino, embora minha madrinha fosse uma e a única que eu adorava. Freira me lembrava uma mulher malvada e rabugenta de orelha escondida num saco a lhe encobrir toda a sua cabeça. Na minha inocência pueril, eu achava que o maior prazer delas era per-seguir as meninas, quando as pegavam em algum flerte com o seu príncipe e as repreendiam severamente. E sempre olhava com cara feia, a meninada sentada no muro lateral da casa em frente às janelas também laterais do Colégio Nossa Senhora de Lourdes.
Bom as freiras do brejo eram outras, estas fugiam à regra geral. A estação termal do Brejo das Feiras no município de Antenor Navarro (hoje, São João do Rio do Peixe) era um paraíso da aurora da minha vida, passear no Brejo era um o meu maior sonho.
O Brejo das Freiras fica num vale que se avistava da estrada, na descida, o meu coração palpitava antevendo as emoções que me esperavam.
Após o portão de entrada, ladeira abaixo vem o hotel da estação. Imponente com a sequência de arcos semicirculares, estilo romântico, não era o nosso alvo, a não ser nos almoços que papai patrocinava, mas as águas que nos esperavam mais embaixo.
Em frente ao hotel descia uma cumprida alameda calçada de paralelepípedos, com largura suficiente para um carro, que levava ao balneário, o nosso objetivo. Este era dividido em duas alas, masculino e feminino. Na entrada logo à direita as três banheiras nos quartos de banhos e uma sala grande de espera. Nos banheiros que ficavam as banheiras, confortáveis com grandes torneiras que entornavam fortes jatos d’água quente não demoravam a encher.
Não me recordo se já havia a piscina, se não ainda existia também não fazia falta, o espaço arborizado nos permitia correr à vontade e toda sorte de brincadeiras.
Na hora do rango íamos saborear um peba na farofa preparado por mamãe, comíamos até se empanturrar. Este não faltava nem que vaca tossisse.
Chegava a triste hora de voltarmos...


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