Monitoramento conclui que a informação falsa pode ter surgido em Cajazeiras; CEF diz que só será considerado o levantamento feito pela Polícia Federal
Multidão lotou as agências |
Um estudo realizado pela
empresa #InterAgentes, que trabalha em parceria com a Publisher Brasil, diz ter
fortes indícios de que os boatos sobre o fim do Bolsa Família teriam partido da
cidade de Cajazeiras (a 480 quilômetros de João Pessoa, no Alto Sertão da
Paraíba). A #InterAgentes é especializada em análise de redes e os resultados
dessa pesquisa estão no Blog do Rovai, no site da Revista Fórum, pertecente à
Publisher.
De acordo com o monitoramento,
o trabalho de pesquisa foi feito a partir de buscas realizadas no Twitter e no
Facebook, com o uso de citações públicas feitas com o termo ‘bolsa família’. Os
dados foram coletados das 0h hora da quinta-feira (16/5) até às 23:59 da
quinta-feira (23/5).
O levantamento ocorreu durante
oito dias e começou dois dias antes dos primeiros saques do Bolsa Família,
cobrindo o provável período de criação e disseminação do boato sobre o fim do
programa.
Por meio da assessoria de
imprensa, a Caixa Econômica Federal disse que desconhece essa pesquisa e
destaca também que somente a Polícia Federal pode divulgar qualquer informação
à respeito do caso. A Caixa fala ainda que se alguma empresa de informática
decidir fazer qualquer tipo de investigação através da análise de tráfego e
dados na rede para buscar a procedência desse fato, deve encaminhar os
resultados para a Polícia Federal, de forma que colabore com as investigações.
Veja o comunicado da
#InterAgentes, segundo o que consta no Blog do Rovai, na Revista Fórum.
"Atividade suspeita na
rede
Desde a quarta-feira (15)
circulava no Twitter uma mensagem curta e enigmática: ‘Bolsa família começa
sexta’. A mensagem, que dizia apenas isso, foi postada por um perfil que vamos
denominar aqui de líder e foi retuitado por 14 outros perfis que pareciam pertencer
a uma rede de perfis falsos destinados a retuitar todas as mensagens do perfil
líder, cujos indícios apontam ser da Paraíba.
Curiosamente, a Paraiba é o
mesmo Estado que, dias depois, voltaria a aparecer em nossa pesquisa como o
primeiro a espalhar os boatos do fim do Programa Bolsa Família.
Os perfis dessa rede não estão
sendo revelados porque a suspeita não comprova o crime e também por zelo à
investigação que a Polícia Federal deve estar realizando, mas caso haja
interesse de agentes públicos sobre o que foi apurado, a Interagentes se
compromete e entregar os resultados deste trabalho.
A mensagem original do perfil
líder foi postada na quarta-feira (15)às 18:39:40, portanto três dias antes do
início da grande movimentação nas agências da Caixa Econômica Federal. Ainda
mais intrigante é que depois dos boatos o perfil líder foi deletado do Twitter
e reapareceu no último dia 25 com o número 1 acrescentado ao seu nome e iniciou
a rearticulação da sua rede fake.
Só para recordar, na
quarta-feira, o perfil líder anunciou: “bolsa família começa na sexta”. E a
boataria começou na sexta, mas não pela internet.
Alguns dados gerais
As buscas retornaram um total
de 81.452 ítens, sendo 58.118 resultados do Twitter e 23.334 resultados do
Facebook. Os dados da pesquisa corroboram as informacões de saques feitos nas
agências divulgadas pela Caixa Econômica Federal.
Segundo a CEF, o aumento no
ritmo de saques só começou por volta das 13h do sábado (18/5). Os resultados da
análise da disseminacão do boato nas redes confirmam os dados da Caixa.
Até as 13h do sábado (18/5), a
média era de 74,9 mensagens por hora. Entre às 13h e a meia-noite esta média
sobe para 196 mensagens por hora. O pico é por volta das 22h, com 744
mensagens/hora.
O boato aparece no monitoramento por volta das 8h do
sábado (18) em uma postagem feita a partir do município de Cajazeiras, na
Paraíba.
Ainda que as primeiras mencões
apareçam no início da manhã, a sua presença na rede passa a ser mais
significativa a partir das 13h, com disseminacão especialmente a partir do
município do Rio de Janeiro.
Ainda que nos dias precedentes
mensagens suspeitas tenham aparecido e que ecos do boato tenham se feito sentir
nas redes, a análise geral dos dados sugere que as redes não foram o lugar
privilegiado da disseminação.
A maior movimentação se deu por
conta dos comentários sobre a grande concentração de pessoas nas agências da
Caixa Econômica Federal e nas casas Lotéricas. O que mais se espalhou nas redes
não foi o boato, mas a repercussão dos seus efeitos nas ruas.
Ao longo dos dias seguintes a
repercussão do caso levou a picos cada vez maiores. No domingo (20) na faixa
das 20h às 21h registrou-se o ponto máximo na frequência de mensagens/hora:
3.707 postagens. Neste horário grandes veículos de comunicação tratavam do
tema."
O boato
Os boatos sobre o fim do Bolsa
Família levaram milhares de pessoas a várias agências da Caixa Econômica do
país há cerca de duas semanas. Clique aqui e relembre a matéria completa.
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