Foram cinco dias em Cajazeiras pela ocasião das festividades da Semana da Cidade e, tive a oportunidade de ver o desfile na Rua Padre Rolim. Muita gente ainda prestigia o evento.
O picolezeiro, o vendedor de algodão doce e o de bolinhas de plástico para a gurizada atanazar os pais para comprar uma, o pipoqueiro e o vendedor de água gelada compõem o cenário pré exibição das escolas e outras entidades.
O palanque das autoridades cajazeirenses e de algumas cidade vizinhas, fica em frente à Biblioteca Pública Castro Pinto. O professor e radialista Chagas Amaro anuncia as escolas lendo um roteiro do que irá será apresentado, e sempre historiando o papel histórico de Padre Rolim, Mãe Aninha, etc.
O sistema de som é potente e cobre toda Rua Padre Rolim. Como de praxe o Tiro de Guerra faz a abertura. Desde quando eu era guri e o desfile era na Juvêncio Carneiro e o palanque era em frente a Prefeitura, que o Tiro de Guerra é quem dá o ponta a pé inicial do desfile.
O trançar de gente pra cima e pra baixo da Padre Rolim parece ser o de antigamente, décadas de 60/70... na Praça João Pessoa.
As apresentações das escolas são temáticas. Este ano foram felizes nas escolhas. Com certeza foi gente das antigas que idealizou, pois as homenagens passearam pelos cinemas já extintos, como o Cine Éden, Pax e Apolo XI e mais as estrelas cinematográficas de Cajazeiras que trabalharam no cinema nacional, como Soya Lira (Central do Brasil), Sávio Rolim (Menino de Engenho), Marcélia Cartaxo (A Hora da Estrela), Zé do Norte (trilha sonora de Cangaceiros) e a mais recente criação cajazeirense, O Sonho de Inacim, do dramaturgo e cineasta Eliézer.
Em seguida veio a mais justa homenagem aos que fizeram a história do teatro de Cajazeiras: Ica Pires, Lacy Nogueira, Bertrand Lira, Nanego Lira, e os grupos de teatro Grutac (Bira e companhia), Grupo Terra, Grupo Mickey...
Não esqueceram os primeiros clubes sociais, como o Círculo Operário, Primeiro de Maio, Tênis Clube e Jovem Clube, onde a sociedade cajazeirense se esbaldava em namoros, amizades e o prazer de se embriagar ao sabor de uma juventude esfuziante ao som de conjuntos musicais e orquestras.
E mais o blocos carnavalescos (orquestras sob a batuta dos maestros Rivaldo e Esmerindo Cabrinha). O folclore também foi abordado, como ‘a cobra do cemitério’ e outras assombrações que tiravam o sossego da gente quando éramos guris.
Até os lixeiros estavam lá em um bloco. Vi os caminhões de lixo enfileirados para desfile, o que já se transformou em jogada de publicidade política. Não tem jeito. Sempre a classe política quer tirar casquinha desses eventos.
No mais, a festa valeu a pena, porque não estão deixando essa tradição morrer. No final houve a exibição circense de motos com seus motores roncando. Não esperei esse desfecho. As fotos a seguir foram minhas, portanto, são amadorísticas e não fiz cobertura cem por cento da festa.
Eduardo Pereira
Brasília - DF
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