quarta-feira, 27 de outubro de 2010

PÉRPETUO, OU PÉTO: o nosso Pelé de Cajazeiras.

O Estádio Higino Pires Ferreira era a casa de Perpétuo, porque era lá que ele mostrava para os cajazeirenses a arte de jogar bola, jogar futebol, sua grande paixão, e Cajazeiras se orgulhava disso. Ele jogava com maestria. Era um futebol de encantar até mesmo torcedores adversários, porque seu chute era rasante, mortal e certeiro. Criava jogadas de reflexos rápidos e decisivos, fazendo com que seus marcadores ficassem desnorteados ou zonzos. Perpétuo marcou gols de todas as maneiras, de todos as formas, de todos os ângulos. O chute de Pérpetuo tenho como referência o chute de Roberto Carlos (ex-Seleção Brasileira, Palmeiras, Real Madrid e agora no Corinthians). 

Assisti muitos jogos de equipes por onde Perpétuo atuava. Tive a felicidade de, muitos vezes, soltar o grito de gol feito por Peto. Sem desmerecer aos demais jogadores de Cajazeiras que participavam de campeonatos locais, qualquer torcedor ficava mais eufórico quando Peto balançava as redes adversárias. Aliás, cito alguns nomes de atletas cajazeirenses que fizeram nome na história do futebol local: Alcides, Assis, Careca, Fon-Fon, Nilbertson, Nilsinho, Neco, Nego, Josué, Nilmar, Pindoba, João Batista, Genival, Jackson, Francinaldo, Marcos, Gedeão, Fuba, Mucuim, Airton, Bil, Galego Diá, entre outros e outros mais. Perpétuo jogou ainda no River de Teresina, Quixadá do Ceará, entre outros times de Juazeiro do Norte. 

Em Cajazeiras tinha um grande comerciante, Deuzimar Cavalcante, primo de Zé Cavalcante da Ford, que fazia andanças por São Paulo a serviço, e, em certa ocasião, ele foi ao Parque Antárctica, sede do Palmeiras, e em conversa com dirigentes daquela equipe, sondou a possibilidade de Perpétuo fazer testes naquela equipe. De pronto dirigentes aceitaram a proposta e, chegando em Cajazeiras com essa informação, Deuzimar falou com Perpétuo e ele que tanta amava sua cidade, não concordou em sair de Cajazeiras, tanto era o amor que ele tinha por sua terra.
Na época, década de 60, jogadores mirins se espelhavam em Perpétuo, tais como Wilton Moreno, Neném Mãozinha, Beré, Darlan, Nilsinho, Dudú, Seu Paulo (cara de tabaco), entre tantos outros. 
Perpétuo morreu no ano de 1978, aos 39 anos de idade, deixando uma grande saudade para os desportistas cajazeirenses.
Para se fazer jus ao jogador de futebol Perpétuo, Cajazeiras aprovou por unanimidade o voto de aprovação do nome do novo campo de futebol em sua homenagem, ou seja, ESTÁDIO PERPÉTUO CORREIA LIMA, “O PERPETÃO”, um dos melhores estádios da Paraíba. Parabéns Cajazeiras, parabéns o futebol da terra do Padre Rolim, que ultimamente revelou dois grandes jogadores para o futebol brasileiro. Joab Santos Albuquerque (AZUL), goleiro que jogou no meu Vasco da Gama e Renato Adriano Jacob Morais (RENATO CAJÁ), meio campo do Botafogo do Rio de Janeiro. Na década de 60, Francisco das Chagas (Chagas), um cajazeirense que morava na Itália, jogou pelo juvenil da Internazionale de Milão. Seus pais moravam no final da Rua Dr. Coelho, já na entrada da Rua Santo Antônio. Chagas era um rapaz magro, de cor negra, era ponta esquerda e jogou pelo Estudante.
Pereira Filho
jfilho@ebc.com
Radialista
Brasília-DF

 

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