Ana Francisca de Albuquerque, a mulher de Vital de Sousa Rolim, ficou lembrada carinhosamente, pelo povo de sua terra pelo vocativo de Mãe Aninha. O Padre Heliodoro Pires dedicou a essa suave e terna figura da história cajazeirense páginas que deixam transparecer o seu entusiasmo pelo trabalhar que ela desenvolveu com mãe exemplar, amiga dos pobres e desvelada protetora de todos que recorria à sua dedicação.
Com a morte do marido assumiu os encargos de direção da família, orientando e dirigindo a numerosa descendência. Impôs, pela bondade e pela dedicação, uma espécie de matriarcado que a colocava no centro de todas as decisões tomadas em Cajazeiras pelos seus filhos, netos e parentes, foi também a mãe dedicada e carinhosa de todos a quem viu nascer na edificante prática do seu mister de parteira, que lhe deu, para ao culto da posteridade, o carinho vocativo de Mãe Aninha.
Foi a beleza desta tradição, desses admiráveis exemplos de dedicação e bondade, que levaram o Padre Heliodoro Pires a traçar-lhe o perfil de matrona sertaneja, exaltada na projeção de suas virtudes:
“Mãe Aninha! Era este o vocativo suave com o povo a conhecia. Ana Francisca de Albuquerque domina pela bondade e generosidade d’alma.
É com este apelido tão expressivo e tão delicado que a mãe do Padre Rolim entra fulgurantemente na História Nacional.
Teve sempre a viva preocupação dos pobres. Quando saía para passear pelas veredas da fazenda primitiva, levava sempre um pouco de algodão para ir fiando. Vendia depois os novelos que fazia nesses passeios, a fim de aplicar o dinheiro aos pobres.
O cajazeirense devem ter um culto de veneração a esta mulher. Foi ela quem fez a igreja que é hoje a catedral de Cajazeiras. Adivinho o futuro desta terra. Era uma senhora sem orgulho. Apesar de rica, dona de escravos e senhora do lugar, prestava a todos indistintamente os seus serviços de obstetrícia. Não perguntava se era rico ou pobre, branco ou escravo que a chamava.
Tudo que uma mulher pode ter de virtude, de piedade, de espírito de sacrifício, de dedicação maternal, de energia, de elevação e de beleza moral teve-o Ana de Albuquerque.
A família Albuquerque é fértil nestes tipos de fidalguia moral e distinção. O culto à filha de Luís de Albuquerque não morrerá mais, nunca mais nos sertões brasileiros.
Mãe Aninha é uma figura meiga, suave, iluminada de bondade e piedade infinita”.
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