sábado, 19 de fevereiro de 2011

Lembro-me bem do seu Orcino

Crédito: Revista Oba
Lembro-me bem do seu Orcino. Primo em segundo grau e grande amigo de papai (no dizer de papai: “a mãe dele era prima de mãe, irmã de Telvina do Melão, casada com Raimundo Duarte”), ele era a simpatia em pessoa, exalava alegria ao seu redor. Lembro-me bem quando ia à sua farmácia tomar injeção (é que eu ia sozinho para mostrar que era cabra-macho), na saída ele dizia aos filhos: “Tá vendo, este é homem, puxou ao pai” e tascava o seu contumaz chavão chistoso: “Vá bem feliz, leve uma queda e quebre o nariz”.




Jeca Tatu e o Biotônico Fontoura
Não sei por ideia de quem, talvez do Paulo Antonio, o mais velho, os seus filhos vendiam na feira umas revistinhas de Jeca Tatu, propaganda dos famosos Biotônico Fontoura, um dos maiores investidores da mídia neste tempo. A matutada comprava pelas bonitas ilustrações coloridas. Já cedo começavam a aprender ganhar dinheiro. Valtimar de Tio Waldemar, secundado por Valiomar, e imitando os filhos do seu Orcino também fazia as suas defesas financeiras. Compravam fios elétricos e os cortavam em pedaços de uns cinco metros e nas extremidades amarravam-no (não sei o nome) um isolante feito de cerâmica parecido com uma bolacha. Pronto, estavam fabricadas antenas para rádios e era um sucesso de venda. E dinheiro para a meninada!


2 comentários:

  1. Sou Neto de Orcino e fiquei muito feliz ao ver seus post´s sobre o meu avô, muito importante relembrar a historia das pessoas que foram importantes de verdade para Cajazeiras, e foi também através do seu post que eu tive a oportunidade de saber um pouco mais sobre a linda historia do meu avô. Parabéns pela sua atitude e continue postando coisas desses tipos, que ajude os mais novos a conhecer um pouco mais da nossa cidade de tanta riqueza e cultura.

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  2. Não tive a oportunidade preciosa de conhecer o farmacêutico Sr. Orcino mas, na infância, tive experiência similar. Eu ia à farmácia do "seu" Naninho (Moreira), filho do tio Aureliano e da tia Luizinha Moreira) em Jacarei, e ali era onde eu adquiria almanaque do Jeca Tatu. Claro que eu também tomava o Biotônico Fontoura; era regra geral dos dias.
    Será que alguém ainda teria uma cópia? Me arrisco em perguntar.
    Ha cinquenta e cinco anos que vivo no exterior (Nos Estados Unidos), mas a memoria daqueles tempos, permanece.

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