Veja letreiro A VOZ DO SERTÃO no terceira loja, da esquina p/ esquerda |
Veja: primeira placa indicando RÁDIO CAJAZEIRAS |
A história do Rádio em Cajazeiras começou através do SAF (Serviço de Alto Falante), que foi instalado em postes de iluminação pública e distribuído em alguns pontos no centro da cidade no dia 5 de agosto de 1938, com o nome de “Difusora Rádio Cajazeiras”. Esse sistema foi implantado por Antônio Carvalho e Antônio Dutra, donos da loja de eletrodomésticos – Carvalho & Dutra, e ainda Mozart Assis e José Adegildes Bastos. Na década de 50 já havia mais de vinte aparelhos de difusoras - que ficavam em cima de postes de iluminação - espalhadas pelas principais ruas de cajazeiras. O Serviço de Alto Falante Difusora Rádio Cajazeiras funcionava em um edifício no início da Praça João Pessoa, no primeiro andar, e no térreo funcionava a loja de eletrodomésticos Carvalho & Dutra.
Diante do sucesso do Sistema de Alto Falante, surgiram entre os anos de 1948 a 1949 mais dois SAFs: “A Voz do Sertão”, que funcionava na Praça Camilo de Holanda, e que depois foi para a Praça João Pessoa, no primeiro andar em cima das Lojas Pernambucanas, e o outro foi a “Voz do Rio do Peixe”. Já na década seguinte mais dois serviços de auto falantes foram criados em Cajazeiras, a NPR (Norte Publicidade Radiofônicas), de José Adelgides Bastos, que funcionava na Praça Camilo de Holanda, tendo como locutor Neco, e na Rua Dr. Coelho funcionava o serviço de auto falante de Bosco Lira, tendo como locutor, Timbú.
A DIFUSORA RÁDIO CAJAZEIRAS entrou no ar em 31 de maio de 1964, como emissora de radiodifusão, e passou a ser conhecida como “a pioneira”, pelo fato de ser a primeira a entrar em funcionamento na cidade de Cajazeiras e nas cidades circunvizinhas do Sertão Paraibano. A programação da Difusora Rádio Cajazeiras não foi algo imediato, ainda era improvisado, não existia uma grade de programação pronta. A solução foi copiar modelos de rádios bem-sucedidas de outros estados e até mesmo do exterior, que pudessem ser captadas na cidade. As emissoras do país copiavam muito as emissoras dos Diários Associados. Copiava-se muito a Rádio Tupy do Rio de Janeiro, que era modelo para muitas emissoras do país. Ao padrão estadual, a Difusora Rádio Cajazeiras se espelhava na Rádio Borborema de Campina Grande. A equipe de Esportes da emissora se intitulava como “Os Bacharéis do Esporte”. A Difusora Rádio Cajazeiras funcionava na Rua Epifânio Sobreira e depois foi transferida para a Rua Juvêncio Carneiro até os dias de hoje.
Entre muitos profissionais que passaram pela Difusora, na década de 60, destaco: os irmãos Valmir, Vilmar e Jucier Lima, oriundos de Juazeiro do Norte; Iráclis Pires; Lacir Nogueira; Zenildo Alcântara; Jota Gomes (BADIN); Paulo Roberto (Jiquirí); Professor Ayres; Mailson da Nóbrega; meu irmão Evaldo Pereira (VALDIN) e outros mais.
A RÁDIO ALTO PIRANHAS foi inaugurada em 1º de julho de 1966, tendo à diretoria Monsenhor Vicente de Freitas e Dom Zacarias, representando a Diocese, e ainda Padre José Loureiro, tendo por isso inicialmente uma programação fortemente religiosa. Com a desvantagem de dois anos em relação à Difusora e com a grade de programação com que trabalhava, a Rádio Alto Piranhas teve que criar um novo plano tático para que pudesse entrar no páreo competitivo para conseguir despertar a atenção dos ouvintes.
A Rádio Alto Piranhas trouxe de Pombal, na Paraíba, um mestre que fez história na terra do Padre Rolim. Zeilton Trajano, que foi um dos primeiros diretores da emissora, era considerado um autodidata, um profissional versátil, um homem nascido para a comunicação e acima de tudo o responsável por alavancar a emissora na década de 70, que colocava em pauta os problemas da comunidade, transmitia grandes entrevistas, e sempre tomava uma postura mais inovadora para o rádio. Entretanto, apesar da grande rivalidade de ambas as partes em conquistar os ouvintes, elas tinham um objetivo em comum: o de divulgar a cidade e suas potencialidades, sempre enfatizando as questões política, econômica e sócio-cultural.
Muitos profissionais trabalharam na Rádio Alto Piranhas na década de 60, como: Paulo Saraiva; Aragão Júnior; Rubens Farias; Jota Gomes (BADIN); Almair Furtado; Zeilton Trajano; Hamilton Santos; Ozamir Tavares; Evandro Carlos; Dionísio Alves; Assis Diniz; Nelito Pinto; Ednilza; Dulcílio Elias; dona Francisca e seus filhos Chagas, Bosco e Edmundo Amaro; os irmãos Pereira: Erisvaldo, Sales, Toinho e eu; Jonhson Vilante; Fernando Gonçalves; Geraldo Gomes (GG); Zé Gorete; Mário Bem Bem; Zuleide; Fátima Lopes; José Pereira (transmissores); entre outros mais. A equipe de esportes da Rádio Alto Piranhas se apresentava como “Os Catedráticos do Esporte”. A Rádio Alto Piranhas funcionava na Rua Victor Jurema e hoje está instalada na Rua Coronel Justino Bezerra.
Em um longo período em Cajazeiras o Rádio era Escola, uma grande escola de comunicação. Trabalhar nas emissoras da cidade na década de 60 e 70 era uma aprendizagem para quem quisesse seguir no jornalismo, porque naquele tempo, todos que saíram de lá, tiveram uma base para se destacarem em algumas das inúmeras áreas de comunicação Brasil a fora. Teve um bom celeiro de bons profissionais na área, tanto que hoje em dia ela ainda exporta vários deles para os mais variados recantos do país.
Quando uma emissora de rádio entrava no ar, em caráter experimental, para ajustamento de aparelhagem e começava a irradiar uma programação musical para fazer seus testes, os ouvintes de Cajazeiras e região entravam num clima de surpresa ao sintonizarem a nova estação de rádio. Nesta época, a Jovem Guarda dominava o estilo musical com grandes cantores e músicas que até hoje são sucessos, principalmente no Nordeste, onde emissoras da região colocam na sua programação.
PEREIRAFILHO
Radialista
Brasilia – DF
jfilho@ebc.com.br
Postado por AC2B
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