sábado, 12 de novembro de 2011

Ivan Bichara e Cajazeiras

Por Francisco Frassales Cartaxo

Em sua coluna de 25 de outubro, no Jornal da Paraíba, Gonzaga Rodrigues deixou de lado seus temas preferidos (o cotidiano de João Pessoa, evocação de figuras e coisas do passado, literatura), para exaltar o Gazeta do Alto Piranhas pelo número comemorativo do dia do Padre Rolim, com destaque para textos do historiador Deusdedit Leitão, escritos em meados do século 20. Gonzaga elogia José Antônio e, respaldado em uma vida inteira dedicada ao jornalismo impresso, pôs em realce a lição dada por Cajazeiras à imprensa paraibana. Ele, porém, conclui sua crônica com estas palavras:
“Só faltou uma referência a seu grande filho, o governador Ivan Bichara Sobreira, aluno e professor do Colégio Padre Rolim, que algum benefício, mesmo feito com discrição, deve ter levado à terra de sua vida real e das fontes literárias. Até como escritor, fez de Cajazeiras um dos mais vivos cenários”.
Os “vivos cenários” estão nos romances Joana dos Santos, Tempo de Servidão e, sobretudo, em Carcará. Vale notar, o Gazeta já homenageou Ivan Bichara em outras oportunidades, mas aproveito para relembrar, agora, algumas ações do seu governo em benefício de Cajazeiras. O destaque em matéria de obras físicas é, sem dúvida, a primeira etapa da implantação do serviço esgoto sanitário, incluindo a lagoa de decantação, e os 1.500 metros do canal do sangradouro do Açude Grande. Duas obras que exigiram elevados investimentos em virtude das características do nosso subsolo. Cito também a pavimentação da PB 393, trecho São João do Rio do Peixe-Brejo das Freiras e os 60 km da PB 400, Cajazeiras-Bonito de Santa Fé, obra que estimulou Monte Horebe a me conceder o título de cidadão daquele município. Título, aliás, que eu nunca recebi e, até suponho, o povo de lá já esqueceu... Foi nessa mesma época que o DER cuidou de pavimentar os acessos rodoviários, em particular, o que corta o Bairro dos Remédios, atualmente servindo também de pista de caminhada matinal, por falta de lugar adequado, um descaso imperdoável dos prefeitos cajazeirenses.
Recorde-se ainda a elaboração do Plano Diretor de Cajazeiras (1978), o mais consistente instrumento de disciplina urbana até hoje referenciado em reuniões do MAC e na mídia. Foram desse tempo, a construção do Centro Social Urbano (CSU), do Centro Administrativo, do quartel da Polícia Militar, do armazém da antiga Cibrazem (onde agora funciona uma indústria têxtil), além da instalação da agência do Paraiban, hoje Banco Real. Aí está uma amostra de coisas físicas, executadas ou supervisionadas pelos órgãos estaduais. Existem muitas outras ações, tangíveis e intangíveis, no campo do ensino, da agricultura, da saúde, algumas delas realizadas pela prefeitura municipal. Destas podem falar os ex-prefeitos Antônio Quirino e Chico Rolim, que seguem com boa memória para testemunhar.
Passados tantos anos, esmaecidas as paixões partidárias, é difícil não reconhecer o quanto o governo de Ivan Bichara fez pela sua terra. A delicada cobrança de Gonzaga Rodrigues, talvez mereça novas reflexões em momento mais apropriado.

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