Por Zacarias Rolim
Cajazeiras não mais é uma cidade do interior do sertão paraibano. Defiitivamente não mais. Ela agora, também, se faz presente na capital federal. Uma cidade que nem a nossa não poderia limitar-se a um único canto de chão. Cajazeiras ultrapassa, através da geografia do coração do seu povo, linhas sertanejas e se estende Brasil afora. Prova disso, foi o que aconteceu sábado dia 11 de dezembro aqui em Brasília, que se transformou numa pequena Cajazeiras para exibir o filme sobre Padre Rolim. O planalto central tornou-se sertão, não árido, mas fertilizado por cajazeirenses daqui e de longe, que vieram homenagear a nossa história. Das mãos e do sonho de Eliézer Rolim, o homenagedo da noite, nasceu o filme O Sonho de Inacim, que conta a fascinante história de Padre Rolim. Mas não só isso, a película imortaliza, também, a cidade de Cajazeiras nas suas várias dimensões, entre o passado e o presente. Traz o dia a dia, as peculiaridades, as mungangas, a irreverência e a bravura de um povo. Antes de começar a exibição do filme, no entanto, Eliézer, no seu jeito cajazeirense de ser, é um dos personagens que dá vida ao roteiro. Muitos não perceberam, mas nas suas falas O Sonho de Inacim, já havia começado. O nosso conterrâneo, de jeito simples, meio tímido eu diria, que também já emocionou muita gente no teatro, mais uma vez emociona pela delicadeza com que trata os fatos, as vidas, a obra e a história de Padre Rolim. Com os peitos estufados de tanto orgulho, esperamos nervosamente ansiosos pelo filme, porque sabemos, nós também, estamos representados lá, somos parte daquela história. Somos parte quando a gente vê o Cristo Rei, o colégio Diocesano, o Nossa Senhora de Lourdes, a Igerja Matriz, e porque não, quando a gente vê a figura folclórica de Noventa e Nove. Eliézer falou do seu sonho antes de decidir definitavemente sobre as filmagens. Na sua intimidade revelada ali, deixa sair que de jeito nenhum queria trabalhar naquele roteiro. Um filme que traria mais uma história de um padre, talvez, não fosse comercial ou coisa do tipo. Depois pela falta de patrocinadores. Mas o destino, se é que se pode dizer assim, ou mesmo uma mãozinha de Padre Rolim, o fez mudar de idéia. O sonho, que trazia uma mensagem sobre a beleza do sertão, e nessa beleza a história de Padre Rolim, fez o cinesta acordar de súbido e a partir das 3 horas de uma madrugada qualquer, começou a escrever o roteiro que ja rendeu 13 laudas. O destino cumpriu seu dever. Padre Rolim, estava agora, não mais como sonho, mas numa realidade sem volta. Sentindo que a espera pelo início do filme gerava uma certa ansiedade na plateia, Eliézer, sai de cena para dar lugar a sua criação. O cine Éden merecia aquele espetáculo, pensei. E acho que muitos ali presentes também. O filme começa.
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