No último sábado, dia 18, na sessão solene de homenagem póstuma ao médico Epitácio Leite Rolim, realizada na Câmara Municipal de Cajazeiras, a convite do Presidente da Casa de Otacílio Jurema, diante do corpo do grande líder cajazeirense, fiz o seguinte pronunciamento:
A minha presença nesta tribuna não se justifica apenas pelo honroso convite que recebi do Presidente Marcos Barros, quando me pediu para traçar um perfil sobre a vida pública de Epitácio Leite Rolim, procede também pelos laços de amizade e admiração que sempre nutri por ele.
A vida pública de Epitácio se constitui numa das participações mais expressivas de nossa terra. Partilhou ao lado do seu povo de muitos sucessos, de retumbantes vitórias, de grandes conquistas.
Amargou derrotas, mas nunca esboçou gestos de submissão e de covardia, sempre foi visível o seu destemor e sua impavidez autêntica. Diante dos fracassos eleitorais, soube perdoar, mas sem se afastar um milímetro de seus ideais, dos seus pontos de vista, na defesa das causas que abraçava.
Cada geração tem o seu destino e cada homem tem o seu dentro de sua geração e hoje com a caminhada última de Epitácio para as alamedas da saudade, estamos nos despedindo de um dos exemplares mais raros da política de nossa terra: todos aqueles forjados com a têmpera da honestidade, da lealdade e da fidelidade político-partidária.
Epitácio: um cidadão que se torna imortal pelo seu trabalho e que tem como causa de morte a luta e o sacrifício pelo povo.
Suas ações e suas palavras ficarão suspensas no tempo, a ecoar nas praças, nos campos verdejantes, nas vielas, nos becos, nos lares mais humildes e principalmente no coração do povo. Este povo Epitácio, onde você soube edificar e construir em seu coração rasgos de esperança, hoje chora a sua partida.
A função do líder é espalhar esperança. E Epitácio sempre foi uma luz, a iluminar o coração desta cidade e do seu povo e ele como ninguém, ao longo de sua trajetória de vida, nada construiu para si porque só se ocupou em construir para os outros.
Epitácio, Cajazeiras sabe que grande é a sua alma, maior o seu coração e imensa a sua generosidade. Qual de nós aqui poderá erguer a voz para dizer que já pagou uma consulta ao médico Epitácio Leite? Qual de nós aqui poderá testemunhar qual a única vez que Epitácio, no sagrado exercício da medicina, perguntou em quem que seu paciente votaria?
Epitácio era um homem movido a paixão, paixão por esta terra que lhe serviu de berço e eu posso imaginar quantas vezes dona Zarinha não deve ter ouvido dos lábios de Epitácio, durante o seu exílio, em João Pessoa: “eu quero ir para Cajazeiras”. E quantas vezes ele não se sacrificou por esta terra? A vontade de servir ao seu povo o fez renunciar, por mais de uma vez, as delicias das brisas suaves dos ventos das belas praias paraibanas pelo sol causticante do sertão. Era aqui que ele se sentia bem, que ele gostava, sentia prazer e o desejo indômito de abraçar o seu povo.
Era um homem que amava esta terra e sua gente com o coração e com o espírito.
Que os anjos do céu possam emprestar-lhes suas asas, para que você possa chegar até a eternidade e ficar ao lado dos justos, dos honestos e dos bons de coração.
Tomba a grande e frondosa baraúna cajazeirense, consigo leva muito de nossas esperanças, mas deixa um legado extraordinário de trabalho e com certeza um lugar de honra na História Política de Cajazeiras.
P.S. Epitácio foi sepultado no Cemitério Coração de Maria, após ser ovacionado pelo povo de Cajazeiras, na passagem de seu corpo pelas ruas da cidade que ele ajudou a construir e que tanto amava.
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