por Francisco Frassales Cartaxo
Gazeta
do Alto Piranhas completou 13 anos de existência, em janeiro, e José Antônio
festejou o número 700, semana passada. Merecidamente. Nunca se tinha chegado
tão longe em nossa terra, 700 semanas seguidas sem falhar uma sequer! Um feito.
Um feito significativo, sobretudo, pelo declínio universal do jornal impresso,
substituído a passos rápidos por novos meios de comunicação impulsionados pela
tecnologia, a cada hora mais inovadora, a seduzir o mundo inteiro. E de fácil e
cômodo acesso, mesmo a usuários desajeitados no manuseio do computador e dessas
maquininhas adquiridas com sofreguidão pelos consumidores de novidades. Esse
processo não para. Ainda assim, os jornais impressos resistem, alteram o
formato, mudam o conteúdo, mais opinião/menos notícia, essas coisas que a gente
lê todos os dias. Centenários jornais impressos criam seus sítios eletrônicos
para acompanhar, quem sabe, o cortejo que levará ao túmulo o secular jeito de
fornecer notícia e formar opinião.
Mas
não é dessa realidade que desejo falar. Hoje o foco é outro. E começo pela
lembrança do sucesso que foi a circulação simultânea, na década de 1920 em
Cajazeiras, dos jornais O Rio do Peixe, O Rebate. É verdade que só o primeiro
teve vida longa. Por quê? Porque a diocese de Cajazeiras chamou a si a
responsabilidade de patrociná-lo. E a diocese de Cajazeiras era então uma
potência que abrangia os vales do Sabugy, Espinharas, Piancó, Piranhas e Rio do
Peixe, talvez mais de um terço do território da Paraíba, o grande sertão
produtor de algodão, base da economia estadual naquele tempo.
Quem
estuda a história da imprensa cajazeirense, limita-se quase sempre a citar oito
jornais e a revista Flor de Liz, que circularam entre 1920 e 1950, todos nós
indo beber na mesma fonte: um artigo do professor Antônio José de Souza,
escrito em outubro de 1974, e incluído em livro publicado pela UFPB em 1981.
Ele menciona, além de Flor de Liz, os seguintes jornais: A Alvorada, Pátria
Jornal, O Rio do Peixe, O Rebate, O Sport, A Ação, Estado Novo e Correio do
Sertão.
A
lista não é completa. Ao longo das três décadas, outros jornais nasceram e
morreram. O professor Antônio de Souza deixou de incluir, por exemplo, A Hora,
jornal partidário criado em 1935, engajado na campanha do coronel Joaquim
Matos, candidato vitorioso na primeira eleição direta e secreta para prefeito
havida em Cajazeiras. O mestre Antônio de Souza inclui, como 6º jornal da sua
lista, A Ação, “substituindo O Sport”, em 1929. Portanto, A Hora escapou de sua
pesquisa. Tampouco Antônio de Souza citou o jornal O Observador. Embora tenha
limitado sua análise até 1950, referindo-se ao mensário da diocese Correio do
Sertão, ele escreveu: “Esse jornal continuou circulando durante quase toda a
década de 1950-1960, encerrando-se, com o seu desaparecimento, o ciclo do
jornalismo” cajazeirense. Ora, O Observador circulou em meados dos anos de
1950. Por isso, dele falarei em próximo artigo.
Abaixo o classificados do Jornal Sport:
Nenhum comentário:
Postar um comentário