Por Francisco Frassales Cartaxo
O
governador Ricardo Coutinho vem a Cajazeiras, nesta sexta-feira, a fim de
participar de uma plenária do Orçamento Democrático. Se eu tivesse mais
aproximação com Ricardo, iria lhe pedir para orientar seus correligionários
cajazeirenses acerca da arte de governar, da forma de eleger prioridades,
chamando a atenção para certas peculiaridades no uso responsável dos recursos
públicos a serviço do bem comum. Quem sabe, até poderia explicar-lhes, com
paciência didática de professor, o seu jeito de administrar.
E
pediria também a Ricardo que lem- brasse à população (e não apenas a seus
aliados) que nem todas as intervenções governamentais pas- sam, obrigatoriamen- te,
pelo desejável crivo do Orçamento Democrático. O próprio Ricardo adota outros
critérios na tomada de decisões, a exemplo do respeito ao princípio da
continuidade de obra e serviços começados em período anterior, desde que não
sejam “indecentes” no sentido de ferir a correta aplicação do dinheiro público.
Como no caso do Aeroporto Professor Pedro Vieira Moreira. Tanto que, no início
de seu mandato, Ricardo garantiu terminá-lo até sua homologação pela ANAC.
Frassales e Moreira Lustosa, audiência com o Governo, pelo MAC |
E
quais foram os trunfos para o sucesso de Ricardo?
Foram
muitos, mas um merece destaque especial: a maneira de governar a capital. Sua
dedicação diuturna, o tesão, o cuidado e a pressa em fazer as coisas
converteram-se, sem nenhuma dúvida, na sua credencial mais notável para
pleitear o cargo de governador. E um dos pilares do sucesso alcançado foi o
tempo gasto na execução das ações prioritárias, talvez, um contraponto ao ritmo
tartaruga de seu antecessor.
Desconfio
que tenha faltado, dentre seus aliados caja- zeirenses, quem o alertasse, com
fir- meza e convicção, para a urgência de completar, defi- nitivamente, o aeroporto
regional, endossando o esforço feito pelo MAC – Movimento dos Amigos de
Cajazeiras, em mais de uma oportunidade. Talvez, seus partidários locais tenham
tratado este equipamento, fundamental para o desenvolvimento do sertão e da
Paraíba, como “obra de rico”. Algo parecido com a visão de alguns companheiros
que também enxergam na Perimetral Norte, não uma obra estruturadora, mas “uma
avenida de contorno da cidade para uso de quem tem carro” contrapondo-a às ruas
onde o “pobre pisa na lama”. Um equívoco terrível misturar alho e bugalho,
forçar opção excludente onde não cabe. Enfim, uma concepção que menospreza
necessárias intervenções públicas estratégicas, essenciais ao desenvolvimento
paraibano, e deturpando, de certa forma, o processo de decisão popular
intrínseco ao Orçamento Democrático. Por tudo isso, eu tomo a liberdade de
pedir a Ricardo que explique melhor seu jeito de governar a todos nós. E em
particular a seus aliados cajazeirenses.
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