quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Não há peixada melhor do que a de Lima Campos!

Inaugurada em 1960, a peixada mais antiga do distrito de Lima Campos já se tornou tradicional para visitantes de todos os rincões nordestinos
Chico Rolim com seus passos lentos adentra a peixaria.
 Lima Campos é distrito do mu- nicípio de Icó, ca-minho obrigatório pa- ra quem segue via- gem para a cidade de Orós pela rodovia CE-153, estão as tra- dicionais peixadas do Zeca e do Xixico. Restaurantes simples que oferecem peixes da água doce. Esses estabelecimentos são referências no Ceará e atraem, ao longo do ano, milhares de visitantes. Nesta época, em que chega a dobrar o número de turistas oriundos da região e de outros Estados, a movimentação é par-ticularmente intensa nos fins de semana.
 Saborear a peixada na Vila de Li- ma Campos é uma tra- dição que se mantém desde a década de 1960. O peixe principal é o tucunaré, mas, nos últimos anos, a tilápia vem ocupando espaço. O cardápio inclui peixe frito, cozido, filezinho ao molho, pirão, por- ções de arroz, baião-de-dois e vinagrete. A mesa é farta e o preço é satisfatório. Uma peixada para duas pessoas custa R$ 20,00, mas, se o cliente preferir, pode saborear o rodízio ao preço individual de R$ 15,00.
Atualmente, as duas peixadas funcionam lado a lado, em frente à praça principal da vila. São instalações simples, de paredes conjugadas, com pouca ventilação, mas que oferecem a iguaria de sabor próprio, apreciada pelos clientes.
O res- taurante mais antigo, que se mantém em a- tividade des- de a década de 1960, é a Peixada do Zeca, que pertence ao funcionário público a-posentado Jo- sé Gomes Loi- ola. O Zeca da Peixada, como é conhecido, nasceu em Sobral, mas foi morar em Lima Campos em 1966. Foi pescador e, em 1976, adquiriu do irmão, Francisco Valdeberto Loiola, o restaurante.
No ano passado, fez uma reforma na casa, que ficou mais ampla e com instalações modificadas. "Sempre acreditei no sucesso da peixada e então dediquei a minha vida a essa atividade", diz. Hoje, conta com a ajuda de dois filhos e do trabalho de oito funcionários.
Fagner, nascido em Orós, grande frequentador do lugar
O empresário pre- fere não revelar o retorno financeiro da atividade. "Está bom, mas o lucro é pequeno, porque vendemos uma coisa só e o nosso prato é barato", explicou. "Acho bom trabalhar, não me canso e estou satisfeito porque quando o cliente termina de comer diz que a comida estava gostosa, volta outras vezes e fala para outras pessoas sobre a nossa peixada". As duas peixadas vendem em média 700 quilos de pescado por semana neste período do ano.
No início, o peixe era oriundo do Açude Lima Campos, mas, por conta do aumento da demanda e da escassez de tucunaré nos reservatórios da região, passou-se a comprar pescado do Pará.
O peixe servido em Lima Campos é saboroso e o segredo está no modo de preparar, em fogão velho, de ferro, a lenha, e por ser frito na hora. Tem o tempero da culinária rústica sertaneja. Na cozinha dos restaurantes, cada funcionário tem a sua atividade específica: tratar o peixe, fazer os pedacinhos de filé, preparar o arroz, o baião-de-dois, cozinhar e fritar o pescado. A divisão de tarefas facilita a produção e favorece a rapidez no atendimento a dezenas de clientes. O filezinho foi levado no início da década de 1990, por Zeca, após observar a técnica de filetagem de tucunaré em Orós. A ideia deu certo.



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