Hoje, com a BR-230 chega-se a Cajazeiras, mesmo por via terrestre, é questão de horas. D. Moisés, entretanto, teve que seguir longo e penoso itinerário, durante 10 dias, usando os mais variados tipos de transportes para alcançar a sede diocesana.
Saiu do Porto de Cabedelo, pela manhã do dia 17 para somente dar entrada em sua cidade, ao cair da tarde de 27 de junho. Viajou de navio até Fortaleza e dali a Iguatu, pela estrada de ferro. De Iguatu a Cajazeiras venceu a cavalo, 25 léguas, ou seja, 150 quilômetros. É interessante não esquecer que 1915 foi ano de estiagem e “a paisagem geográfica e humana, segundo relata o Cônego Lima, confrangia o espírito. A seca havia calcinado os campos do sertão e jogado pelas estradas, famintos, andrajosos grupos de flagelados mendigando o pão...”.
E aquela visão de fome e de miséria, aliada à insegurança gerada pelo banditismo dominante na região, fez o Bispo retomar a idéia da cruz e repetir, em seu discurso de agradecimento: “Meu programa é o da crus. Minha missão é de paz e harmonia, tanto quanto me permitirem as minhas forças”
Da obra “Perfil Biográfico de Dom Moisés Coelho” do Prof. Cônego Major PM Eurivaldo Caldas Tavares – 1977
pag. 51.
Nenhum comentário:
Postar um comentário